Normalmente toda a atividade empresarial começa quando temos
algo para vender e percebemos que existe alguém interessado na
compra do que estamos oferecendo.
De fato, desde a Revolução Industrial até a metade do século XX
tudo que era produzido não atendia a capacidade de consumo,
portanto o "gargalo" estava na Produção. Todavia, com as
iniciativas crescentes de adoção de novas tecnologias e o
conseqüente barateamento do processo produtivo pelo aumento da
escala conseguiu-se atingir um equilíbrio entre a produção e o
consumo, principalmente a partir da década de 60 do século passado,
nos países desenvolvidos. A partir daí, cada vez mais se observa um
aumento maior na capacidade de produção do que de consumo,
transferindo o "gargalo" nas empresas para as funções voltadas para
o entendimento e desenvolvimento de mercado. O conceito de
Marketing passa a ser uma abordagem diferenciada nas estratégias de
Administração e vai começando a se perceber a transição entre o que
se pode chamar de economia de produção para a economia de mercado,
e de maneira cada vez mais frequente o questionamento principal:
Para quem vender? A que Preço? Em que condições? Como vender mais e
com que lucratividade?
Portanto o trabalho de Vendas é extremamente detalhado e cabe
ser abordado, discutido e repensado continuamente, daí o enfoque
que damos em ampliar a visão e atuação da Gestão através de
abordagens e atividades específicas de vendas, de marketing e do
chamado "foco no cliente". Se pensarmos pela ótica de processos,
onde começa cada um dos macroprocessos e quais são os eventos que
determinam a realimentação (entradas e saídas) entre eles?
Em linhas gerais as atividades de vendas iniciam sempre a partir
de oportunidades qualificadas e vão até o
fechamento da venda (entrega do produto/serviço e recebimento).
Portanto o vendedor tem que trabalhar em seu dia-a-dia neste ciclo
restrito, mas deve receber toda informação necessária para seu
trabalho para poder atuar de forma eficiente. O que vai determinar
a eficácia da empresa como um todo é a capacidade de conquistar e
reter os clientes de mais valor, aumentando assim o tempo de vida
("life time value") deles para com a organização. O marketing faz
justamente este "elo" entre os processos de venda e a fidelização
do cliente, proporcionando uma efetiva Gestão de Clientes, o nível
de maturidade mais alto que as empresas devem buscar tendo por base
este enfoque.
Para que a empresa obtenha todos os benefícios do conceito de
marketing, este deve ser traduzido em ações, significando que:
1. As atividades de Marketing devem ser completamente bem
coordenadas com as atividades de Vendas e alinhadas com a
empresa como um todo.
2. O Diretor de Marketing deve ter um papel de importância
estratégica na empresa.
O pessoal de Marketing tem, de maneira geral, quatro objetivos
básicos a atingir:
Maximizar as vendas de produtos nos mercados
existentes.
Desenvolver e vender novos produtos.
Desenvolver novos mercados para os produtos existentes ou
novos.
Proporcionar a qualidade de serviço necessária para os
clientes ficarem satisfeitos com suas transações e continuarem
comprando da empresa.
Se em sua empresa ainda não está claro o papel do marketing e o
de vendas é porque ainda não houve um questionamento sério sobre
qual é o melhor processo e onde há mais eficácia em atividades
relacionadas com o relacionamento com o cliente e
publicidade/propaganda. Questões sobre o que é visão estratégica do
Marketing, no sentido de dar sustentabilidade ao Posicionamento de
mercado da empresa e seu relacionamento com a comunicação, seja
institucional, seja através de segmentações e campanhas dirigidas
para públicos-alvo específicos devem ser respondidas. Se isto não
está claro, sempre fica a questão a ser respondida sobre o papel do
Marketing de
Relacionamento e a Força de Vendas, por exemplo. Quanto a Força
de Vendas, quatro perguntas básicas que podem definir o seu papel
na empresa:
1.Qual é o grau necessário do esforço de Vendas para conquistar
e manter os clientes?
2. Em comparação com a propaganda e outros métodos de promoção
de vendas, a força de vendas é a melhor ferramenta de marketing, em
termos de custo e benefício?
3. Em que tipos de atividades de vendas a Força de Vendas é a
melhor alternativa?
Vamos criar um exemplo, imaginando um Vendedor e nos deparar com
o seguinte cenário (um tanto caótico, desestruturado como
normalmente se depara um profissional da área comercial):
->10% das propostas tem retorno;
->15% ficam com a concorrência;
-> o resto fica sem decisão -
Devido a não haver uma visão;
Devido a não ter valor;
Devido a não ter chegado a alguém que decide.
O melhor produto não ganha, ganha o melhor vendedor! (O
Vendedor deve acreditar nesta premissa, senão não é Vendedor
!).
Qual o tempo que você gasta para aprender a funcionalidade de
seus produtos ou como são disponibilizados os serviços que a sua
empresa vende?
Quanto tempo você acha que seus prospects tem para
conhecer seus produtos?
Tire palavra solução do seu vocabulário! Solução é o que
estiver na visão do comprador, pois ele é quem deve perceber os
benefícios em adquirir o que você está oferecendo.
Imagine um método que dê um controle confortável de condução do
processo pelas partes, tanto a de quem compra quanto a de quem
vende.
Se precisar existir um diferencial para a compra, o diferencial
pode estar na venda, principalmente em fazer nossas vendas
pessoalmente, diferentes das outras pessoas.
Imagine uma forma de transformar o ato de venda em facilitador
da compra e o vendedor atende um comprador que já está muito
interessado em comprar a sua oferta.
Se para a maioria das perguntas que estão acima houve um
resposta vaga ou você não sabe responder é porque está faltando
"marketing" para te ajudar!
O quadro a seguir mostra de uma forma bem resumida as principais
diferenças entre o enfoque de marketing e o enfoque de vendas:
Conceito de Vendas
|
Conceito de Marketing
|
1.Ênfase no produto/serviço agregado.
|
1.Ênfase nos desejos de segmentos específicos de Clientes.
|
2. Primeiro a empresa produz o produto / serviço agregado e
depois define como vendê-lo.
|
2. Primeiro a empresa identifica os segmentos significativos de
clientes em nichos de mercado específicos e depois determina como
produzir e oferecer um produto / serviço agregado que satisfaça as
demandas de forma lucrativa para ambos.
|
3. A administrição é orientada para o volume de vendas.
|
3. A administração é orientada para o lucro (curto, médio e
longo prazo).
|
4. Planejamento é de curto prazo, feito em termos de produtos /
serviços agregados e mercados de hoje.
|
4. Planejamento é de longo prazo, feito em termos de produtos /
serviços novos, mercados de hoje e amanhã e crescimento futuro,
orientando o desenvolvimento de produto para criar um Valor que é
percebido pelo cliente de forma a fidelizá-lo buscando obter uma
renda recorrente.
|
5. Enfatiza as necessidades da empresa vendedora.
|
5. Enfatiza os desejos específicos de grupos significativos de
eventuais compradores.
|
Outro erro comum é se contratar ferramentas de automação da
força de vendas que incorporam os conceitos de Gestão de Relacionamento com
o Cliente (CRM - Customer Relationship Management) sem ainda a
empresa não ter uma visão clara de todos os processos integrados
pela ótica do Marketing de Relacionamento. Não é de espantar,
portanto, que o CRM, ou Gestão de Relacionamento com os Clientes,
tenha criado uma grande expectativa e de certo modo frustrado
muitas organizações. E isso acontece por várias razões:
1.Falta uma definição clara de quais são os segmentos-chave de
clientes que se quer captar e reter, junto com uma clara definição
do posicionamento competitivo desejado em cada segmento-alvo.
Qualquer nova ferramenta de gestão pode ser sedutora, mas há algo
especialmente cativante sobre softwares cuja promessa é fazer com
que um problema desapareça. Isso é o que prometem muitos programas
de CRM, sugerindo que automatizarão o delicado e por vezes
misterioso processo de evitar clientes de margens baixas e atrair
os de margens altas. A gestão bem-sucedida de relacionamento com os
clientes é baseada na -e, portanto, precedida da- boa e velha
análise de segmentação.
2.Falta uma visão completa dos objetivos e passos-chave para uma
estratégia completa de lealdade. Uma vez identificados os clientes
que quero ter e reter, preciso formular uma estratégia clara de
como fazê-lo.
3.Na falta de um esforço de segmentação e de uma clara
estratégia de fidelização, as iniciativas acabam gerenciadas pelo
lado tecnológico. Assim, muitas vezes os fornecedores de software
determinam a abordagem ao gerenciamento de clientes da empresa. Ou,
com a mesma freqüência, a estratégia de clientes é retroalimentada
para alinhá-la à tecnologia de CRM recém-adquirida. Num passado não
muito distante, a própria definição de CRM favorecia a abordagem
puramente tecnológica.
4.Por vezes, implementa-se tecnologia de CRM sem antes criar uma
organização voltada para os clientes. Se uma empresa quiser
desenvolver relacionamentos melhores com seus clientes mais
lucrativos, precisa primeiramente reforçar os processos-chave
relacionados com clientes, do serviço ao consumidor ao
processamento de pedidos. Ter uma estratégia não é o bastante: uma
implantação de CRM será bem-sucedida somente depois que a
organização e seus processos, descrição de funções, medidas de
desempenho, sistemas de remuneração e programas de treinamento
tiverem sido reestruturados para atender melhor às demandas dos
clientes.
Assim, antes devemos ter uma definição clara de todas as
informações que devemos buscar sobre os nossos clientes e também de
todas as atividades necessárias dentro da organização para se
chegar em um ponto onde poderemos realmente ter implantada a visão
de Gestão de Clientes a partir da ótica do cliente (externa) para
dentro da organização.
Para ter um Ciclo Contínuo de Vendas é necessário a empresa
desenvolver ações e atividades conforme o quadro a seguir (cujos
elementos são discutidos em detalhes nos posts específicos no Blog
do GrupoTreinar -> www.grupotreinar.com.br/blog
):