Matrix (Andy Wachowski e Lana Wachowski, 1999).
Em um futuro próximo, Thomas Anderson (Keanu Reeves), um jovem
programador de computador que mora em um cubículo escuro, é
atormentado por estranhos pesadelos nos quais encontra-se conectado
por cabos e contra sua vontade, em um imenso sistema de
computadores do futuro. Em todas essas ocasiões, acorda gritando no
exato momento em que os eletrodos estão para penetrar em seu
cérebro. À medida que o sonho se repete, Anderson começa a ter
dúvidas sobre a realidade. Por meio do encontro com os misteriosos
Morpheus (Laurence Fishburne) e Trinity (Carrie-Anne Moss), Thomas
descobre que é, assim como outras pessoas, vítima do Matrix, um
sistema inteligente e artificial que manipula a mente das pessoas,
criando a ilusão de um mundo real enquanto usa os cérebros e corpos
dos indivíduos para produzir energia. Morpheus, entretanto, está
convencido de que Thomas é Neo, o aguardado messias capaz de
enfrentar o Matrix e conduzir as pessoas de volta à realidade e à
liberdade.
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Waking Life (Richard Linklater, 2001). Após não
conseguir acordar de um sonho, um jovem passa a encontrar pessoas
da vida real em seu mundo imaginário, com quem têm longas conversas
sobre os vários estados da consciência humana e discussões
filosóficas e religiosas.
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Descartes (Roberto Rossellini, 1974). Descartes
(1974), filósofo antecessor de Blaise Pascal na afirmação da
racionalidade e do método científico.
Rossellini extrai trechos inteiros de algumas das obras
fundamentais do pensador, como O Discurso do Método (1637) e as
Meditações Metafísicas (1641), para compor as ações "dramáticas" do
personagem. São procedimentos teóricos de Descartes, cuja função
seria fundar a autonomia do pensamento racional diante da fé. Vale
dizer que, naquela época, toda démarche racionalista tinha de ser,
também, uma negociação com a autoridade religiosa. Donde, nas
Meditações, Descartes precisar, primeiro, ocupar-se das provas da
existência de Deus, para apenas depois afirmar que o Cogito (a
Razão) se sustenta por si só. "Eu sou, eu existo", deduz, pelo
simples fato de pensar. A conclusão entrou para a história do
conhecimento como a frase famosa "Penso, logo existo".
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O Estrangeiro (Luchino Visconti, 1967). Filme
centralizado na figura de Mersault, um homem frio, de um vazio
absurdo, que não mostra a mínima reação frente a morte da mãe, um
assassinato, uma condenação.
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Quero Ser John Malkovich (Spike Jonze, 1999).
Um homem (John Cusack) consegue um novo emprego no 7º e meio andar
de um edifício comercial, onde todos os funcionários devem andar
curvados. Lá encontra uma porta, escondida, que leva quem
ultrapassá-la até a mente do ator John Malkovich, onde pode
permanecer durante 15 minutos, até ser cuspido numa estrada na
saída de Nova Jersey. Impressionado com a descoberta, resolve
alugar a passagem para outras pessoas, dentre elas o próprio John
Malkovich.
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A.I. Inteligência Artificial (Steven Spielberg,
2001). Na metade do século XXI, o efeito estufa derreteu
uma grande parte das colatas polares da Terra, fazendo com que boa
parte das cidades litorâneas do planeta fiquem parcialmente
submersas. Para controlar este desastre ambiental a humanidade
conta com o auxílio de uma nova forma de computador independente,
com inteligência artificial, conhecido como A.I. É neste contexto
que vive o garoto David Swinton (Haley Joel Osment), que irá passar
por uma jornada emocional inesquecível.
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Viver (Akira Kurosawa, 1952). Burocrata de
longa data, que não liga para nada que não o interessa, descobre
que está com câncer. Decide, então, construir um playground em seu
bairro, tentando descobrir um sentido para sua vida.
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Pi (Darren Aronofsky, 1998). Em plena Manhattan
vive Max (Sean Gullette), um jovem gênio da matemática e computação
que vive escondido da luz do sol, que lhe dá constantes dores de
cabeça, e evita o contato com outras pessoas. Max conseguiu
construir um supercomputador que o fez com que compreendesse toda a
existência da vida na Terra, já que percebeu que todos os eventos
se repetiam após um determinado espaço de tempo. Com isso Max pôde
adivinhar o que viria a acontecer no mercado da bolsa de valores,
já que conhecia as tendências que se repetiriam, e passa a ser
cobiçado por representantes de Wall Street e também por uma seita
que busca decifrar os mistérios da Torá.
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Stalker (Andrei Tarkovsky, 1979). Após a
suposta queda de meteoritos numa região do planeta, essa região
adquire propriedades estranhas e é chamada de Zona. Dentro da Zona,
diz a lenda ter o Quarto, que seria um lugar onde todos os seus
desejos são realizados. Temendo que a população invada a Zona à
procura do Quarto, o exército a isola, mas eles próprios não têm
coragem de entrar nela. Apenas alguns poucos, chamados Stalkers,
têm habilidade suficiente para entrar e sobreviver lá dentro. Um
dia, um escritor famoso e um físico contratam um Stalker para os
guiarem ao Quarto, sem exatamente saber o que procuram.
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Solaris (Andrei Tarkovsky, 1972). Solaris é um
planeta distante, que vem sendo constantemente estudado há décadas,
e cujo mistério sobre seu oceano ainda não foi esclarecido, nem
seus efeitos. Por falta de interesse e resultados, a solarística
está morrendo; aliado a isto, os membros na estação espacial que
orbita o planeta estão sendo afetados pelo oceano. Por conta disto,
o psicólogo Kelvin - conhecido de um dos doutores da solarística e
amigo de um dos tripulantes - é mandado para a estação para
averiguar a situação. Lá, ele percebe aos poucos que Solaris é,
mais que um planeta, um espelho da alma.
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Morangos Silvestres (Ingmar Bergman, 1957). A
caminho de uma cerimônia de premiação numa universidade, um médico
é assediado por situações e personagens que o conduzem a um
mergulho em sua vida pregressa.
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O Sétimo Selo (Ingmar Bergman, 1957). Após dez
anos, um cavaleiro (Max Von Sydow) retorna das Cruzadas e encontra
o país devastado pela peste negra. Sua fé em Deus é sensivelmente
abalada e enquanto reflete sobre o significado da vida, a Morte
(Bengt Ekerot) surge à sua frente querendo levá-lo, pois chegou sua
hora. Objetivando ganhar tempo, convida-a para um jogo de xadrez
que decidirá se ele parte com a Morte ou não. Tudo depende da sua
vitória no jogo e a Morte concorda com o desafio, já que não perde
nunca.
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2001 - Uma Odisséia no Espaço (Stanley Kubrick,
1968). Desde a "Aurora do Homem" (a pré-história), um
misterioso monolito negro parece emitir sinais de outra civilização
interferindo no nosso planeta. Quatro milhões de anos depois, no
século XXI, uma equipe de astronautas liderados pelo experiente
David Bowman (Keir Dullea) e Frank Poole (Gary Lockwood) é enviada
à Júpiter para investigar o enigmático monolito na nave Discovery,
totalmente controlada pelo computador HAL 9000. Entretanto, no meio
da viagem HAL entra em pane e tenta assumir o controle da nave,
eliminando um a um os tripulantes.
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Blade Runner - O Caçador de Andróides (Ridley Scott,
1982). No início do século XXI, uma grande corporação
desenvolve um robô que é mais forte e ágil que o ser humano e se
equiparando em inteligência. São conhecidos como replicantes e
utilizados como escravos na colonização e exploração de outros
planetas. Mas, quando um grupo dos robôs mais evoluídos provoca um
motim, em uma colônia fora da Terra, este incidente faz os
replicantes serem considerados ilegais na Terra, sob pena de morte.
A partir de então, policiais de um esquadrão de elite, conhecidos
como Blade Runner, têm ordem de atirar para matar em replicantes
encontrados na Terra, mas tal ato não é chamado de execução e sim
de remoção. Até que, em novembro de 2019, em Los Angeles, quando
cinco replicantes chegam à Terra, um ex-Blade Runner (Harrison
Ford) é encarregado de caçá-los.
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Minha Noite Com Ela (Eric Rohmer, 1969).
Jean-Louis (Jean-Louis Trintignant) é um fervoroso católico que
encontrou sua parceira ideal, Françoise (Marie-Christine Barrault),
em uma missa. Ele se encontra com Vidal (Antoine Vitez), seu amigo,
que o convida para conhecer sua atual namorada, Maud (Françoise
Fabian). Após passarem a noite discutindo filosofia e religião,
Vidal volta para casa e deixa Jean-Louis e Maud sozinhos. Quarto
filme da série Seis Contos Morais.
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Festim Diabólico (Alfred Hitchcock, 1948). Na
cidade de Nova York, Brandon e Phillip assassinam seu amigo David,
por considerarem-se superiormente intelectuais em relação a ele.
Com toda a frieza e arrogância, resolvem provar para eles mesmos
sua habilidade e esperteza: esconderão o cadáver em um grande baú,
que servirá como mesa e estará exposto no meio da sala de estar do
apartamento deles, durante uma festa que realizarão logo em
seguida.
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Asas do Desejo (Wim Wenders, 1987). Na Berlim
pós-guerra, dois anjos perabulam pela cidade. Invisíveis aos
mortais, eles lêem seus pensamentos e tentam confortar a solidão e
a depressão das almas que encontram. Entretanto, um dos anjos, ao
se apaixonar por uma trapezista, deseja se tornar um humano para
experimentar as alegrias de cada dia.
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Paris, Texas (Wim Wenders, 1984). Um homem é
encontrado exausto e sem memória, em um deserto ao sul dos EUA. Aos
poucos ele vai se recordando de sua vida, sendo acolhido pelo irmão
Walt, que é casado com Anne. Com eles vive também Alex, filho do
homem sem memória, que aos poucos volta a se identificar com o
pai.
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Amarcord (Federico Fellini, 1973). Através dos
olhos de Titta (Bruno Zanin), um garoto impressionável, o diretor
dá uma olhada na vida familiar, religião, educação e política dos
anos 30, quando o fascismo era a ordem dominante. Entre os
personagens estão o pai e a mãe de Titta, que estão constantemente
batalhando para viver, além de um padre que escuta confissões só
para dar asas à sua imaginação anti-convencional.
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The Professional (Dusan Kovacevic, 2003). Até
recentemente um professor universitário, escritor boêmio, membro
dos círculos intelectuais de Belgrado e um passional oponente do
regime de Milosevic, Teja é um gerente de uma grande casa de
publicações. Um dia, ele recebe a visita inesperada de Luka, agente
aposentado do Serviço de Segurança Sérvio. E então, durante a
visita, começam-se os confrontos entre eles, cheios de viradas
brilhantes. O que vemos é uma crônica de uma era, a partir de
incríveis situações, quase sempre comoventes, às vezes engraçadas,
até os mais sombrios eventos e histórias de guerra, durante o fim
do século XX.
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Fahrenheit 451 (François Truffaut, 1966). Em um
Estado totalitário em um futuro próximo, os "bombeiros" têm como
função principal queimar qualquer tipo de material impresso, pois
foi convencionado que literatura um propagador da infelicidade.
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Cidade dos Sonhos (David Lynch, 2001). Um
acidente automobilístico na estrada Mulholland Drive, em Los
Angeles, dá início a uma complexa trama que envolve diversos
personagens. Rita (Laura Harring) escapa da colisão, mas perde a
memória e sai do local rastejando para se esconder em um edifício
residencial que é administrado por Coco (Ann Miller). É nesse mesmo
prédio que vai morar Betty (Naomi Watts), uma aspirante a atriz
recém-chegada à cidade que conhece Rita e tenta ajudar a nova amiga
a descobrir sua identidade. Em outra parte da cidade o cineasta
Adam Kesher (Justin Theroux), após ser espancado pelo amante da
esposa, é roubado pelos sinistros irmãos Castigliane.
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Dogville (Lars Von Trier, 2003). Anos 30,
Dogville, um lugarejo nas Montanhas Rochosas. Grace (Nicole
Kidman), uma bela desconhecida, aparece no lugar ao tentar fugir de
gângsters. Com o apoio de Tom Edison (Paul Bettany), o
auto-designado porta-voz da pequena comunidade, Grace é escondida
pela pequena cidade e, em troca, trabalhará para eles. Fica
acertado que após duas semanas ocorrerá uma votação para decidir se
ela fica. Após este "período de testes" Grace é aprovada por
unanimidade, mas quando a procura por ela se intensifica os
moradores exigem algo mais em troca do risco de escondê-la. É
quando ela descobre de modo duro que nesta cidade a bondade é algo
bem relativo, pois Dogville começa a mostrar seus dentes. No
entanto Grace carrega um segredo, que pode ser muito perigoso para
a cidade.
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O Viajante (Volker Schlöndorff, 1991). Walter
Faber é um engenheiro renomado, dedicado exclusivamente ao
trabalho, que num cruzeiro de Nova Iorque para Paris, conhece
Sabeth, uma atraente jovem por quem acaba se apaixonando. Mas este
envolvimento cercado de coincidências, provoca uma estrondosa
revelação do passado de ambos. Baseado no bestseller 'Homo Faber'
de Max Frish.
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W.R. - Mistérios do Organismo (Dusan Makavejev,
1971). "O diretor gênio-louco-polêmico iugoslavo Dusan
Makajevev parte de um documentário até certo ponto tradicional
sobre a vida e obra do também polêmico psiquiatra Wilhelm Reich
(morto maldito em 1957) para desaguar nas loucuras sexualmente
ativas do fim dos anos 60 nos Estados Unidos. É um caleidoscópio
psicodélico-documental sobre vários ícones da contracultura sexual
norte-americana. Há o pessoal da revista sacana Screw, as mulheres
do Plaster Caster (que moldavam pênis eretos de grandes estrelas),
o vocalista do The Fugs masturbando uma metralhadora nas ruas de
Nova York, terapias de ´grito primal´, uma artista que só desenha
pessoas se masturbando, transformista atriz de Andy Warhol falando
sobre sua "nova vida"…
Fazendo contraponto, há cenas filmadas na Iugoslávia que
relacionam diretamente as idéias sexualmente libertadoras do Mr.
Reich com o socialismo. Uma moça meio pirada proclama para as
massas que o socialismo só é possível com a liberdade sexual (é
óbvio que o filme, cujo lema é FUCK FREE, foi imediatamente banido
no país). O filme ainda dá vários cutucões na relação entre a União
Soviética e a Iugoslávia. Um bailarino russo, artísta-herói,
aparece e conquista a iugoslava revolucionária, mas ele é
impotente… Isso com imagens de Stalin, Lenin e tudo mais…"
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Os Trapaceiros (Marcel Carné, 1958). As
experiências de um grupo de jovens, em Saint-Gremain-des-Prés, que
se deslocam entre a apatia, sonhos irrealizaveis e desprezo pelo
que acontece ao seu redor. Entre eles estão Bob e Mic, que se
conhecem em uma festa e logo são atraídos um pelo outro: enquanto
Bob parece mais responsável, o único desejo de Mic é possuir um
carro de luxo.
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Intimidade (Patrice Chéreau, 2001). Jay (Mark
Rylance) e Claire (Kerry Fox) formam um casal que vive uma relação
passional, onde se encontram todas as tardes de quarta-feira por um
único motivo: sexo. O casal segue um ritual: tiram as roupas, fazem
amor, se vestem e partem sem dizer uma só palavra. Sempre se sentem
um pouco embaraçados, mas nada têm a dizer um ao outro e também
nada sabem sobre suas vidas. Um dia, Jay decide conhecer melhor sua
parceira. Ele a segue e descobre que ela é uma atriz, casada e com
um filho. Seu marido é um simpático taxista, com quem Jay faz
amizade. Ao saber do fato, Claire desaparece. Mas Jay não se
conforma e parte em seu encalço.
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Maridos e Esposas (Woody Allen, 1992). O casal
Gaby Roth (Woody Allen) e Judy Roth (Mia Farrow) recebem chocados a
notícia de que Jack (Sydney Pollack) e Sally (Judy Davis), um casal
muito amigo deles, está se separando, muito provavelmente pelo fato
de Gabe e Judy também estarem se distanciando e agora tomarem
consciência disto. Assim, enquanto Jack e Sally tentam conhecer
novas pessoas, o casamento de Gabe e Judy se mostra desgastado e
eles começam a se sentir atraídos por outras pessoas.
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Acossado (Jean-Luc Godard, 1960). Após roubar
um carro em Marselha, Michel Poiccard (Jean-Paul Belmondo) ruma
para Paris. No caminho mata um policial, que tentou prendê-lo por
excesso de velocidade, e em Paris persuade a relutante Patricia
Franchisi (Jean Seberg), uma estudante americana com quem se
envolveu, para escondê-lo até receber o dinheiro que lhe devem.
Michel promete a Patricia que irão juntos para a Itália, no entanto
o crime de Michel está nos jornais e agora não há opção. Ele fica
escondido no apartamento de Patricia, onde conversam, namoram, ele
fala sobre a morte e ela diz que quer ficar grávida dele. Ele perde
a consciência da situação na qual se encontra e anda pela cidade
cometendo pequenos delitos, mas quando é visto por um informante
começa o final da sua trágica perseguição.
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Mentiras de Guerra (Emir Kusturica, 1995).
Palma de Ouro no Festival de Cannes, o filme do cineasta iugoslavo
Emir Kusturica mostra, com humor negro e em tom de fábula, a
situação conflituosa de seus país. O filme conta a história de
Marko, proprietário de uma fabrica clandestina de armas (o
Underground do título) que usa policiais refugiados como mão de
obra. Tudo começa na Segunda Guerra e, por amor de uma mulher,
Marco mantém seus colegas refugiados por lá durante 20 anos
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$9.99 (Tatia Rosenthal, 2008). Animação sobre
grupo de pessoas que vive em um apartamento em Sidney e busca um
sentido para suas vidas.
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Sócrates (Roberto Rossellini, 1971). Com
direção do mestre italiano Roberto Rossellini (Roma, Cidade
Aberta), esta superprodução européia é a cinebiografia de Sócrates
(470 - 333 a.C.), um dos maiores filósofos da Humanidade. Este DVD
traz ainda um revelador depoimento de Roberto Bolzani, professor de
Filosofia (USP) e especialista em filosofia socrática. Rossellini
mostra o final da vida de Sócrates, em especial seu julgamento e
sua condenação à morte, com destaque para os célebres diálogos
socráticos: "Apologia", discurso de defesa do filósofo; "Críton",
em que um dos seus discípulos tenta convencê-lo a fugir da prisão;
e "Fédon", com seus últimos ensinamentos antes de tomar a cicuta.
Inédito no Brasil, Sócrates é mais uma aula de cinema de Rossellini
e um programa obrigatório para os interessados em Filosofia.
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Exílios (Tony Gatlif, 2004). O músico Zano
(Romain Duris) propõe à sua amante Naïma (Lubna Azabal) que ambos
façam uma viagem até a Argélia, país de onde seus pais emigraram
décadas atrás. Eles atravessam a França e a Espanha até que,
tomados por um forte sentimento de liberdade, abandonam-se aos
ritmos sensuais da Andaluzia. De um encontro a outro, eles cruzam o
Mediterrâneo e terminam a viagem com a promessa da descoberta de si
mesmos.
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Quem Somos Nós? Uma Nova Evolução (Betsy Chasse e
William Arntz, 2006). O filme apresenta entrevistas com
especialistas em ciência e espiritualidade.
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Nu (Mike Leigh, 1993). O filme é uma obra em
movimento. David Thewlis interpreta um homem sem lar e sem
perspectivas que estupra uma mulher e foge, invadindo e mudando os
rumos das vidas de várias pessoas que encontra. Thewlis vira
carrasco, bálsamo, incitador, vítima, dependendo de quem cruza seu
caminho. Parece um anjo/demônio boêmio que vem para provocar
reações. Sua rudeza com uma mulher de meia-idade que se exibe na
janela contrasta com seus conselhos metafísicos para o vigilante
que a olha. Nu despe o espectador de qualquer procura por coerência
narrativa. O que importa aqui é investigar almas.
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Se… (Lindsay Anderson, 1968). Em uma escola
pública inglesa estuda o jovem Mick Travis (Malcolm McDowell). Ele
lidera um grupo de alunos rebeldes, os Crusaders. Insatisfeitos com
o opressor sistema educacional, eles planejam uma grande
vingança.
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Nina (Heitor Dhalia, 2004). Nina (Guta
Stresser) é uma jovem de sensibilidade agudíssima e mente
fragilizada, que procura meios de sobrevivência numa metrópole
desumana. A proprietária do apartamento onde mora, Dona Eulália
(Myriam Muniz), uma velha mesquinha e exploradora, parece ter
prazer em esmagar a vontade da sua inquilina exaurida. Em meio aos
desenhos que faz em toda a parte e vivendo a agitada cena
eletrônica de São Paulo, Nina mergulha nos fantasmas de seu
inconsciente até acabar envolvida em um crime.
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O Sol Enganador (Nikita Mikhalkov, 1994). Num
dia de verão em 1936, coronel reformado que vive no campo com
esposa Maroussia e a filha, recebe a visita do misterioso e
atraente Dimitri que, além de apaixonado por sua mulher, é oficial
da polícia política de Stalin.
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Arrependimento Sem Perdão (Tengiz Abuladze,
1984). O prefeito linha-dura de uma cidade russa morre e,
após o funeral, seu cadáver começa a aparecer seguidamente, mesmo
depois de ser enterrado diversas vezes. A polícia acaba acusando
uma moradora pelo fato e ela afirma que ele não deve descansar,
pois foi responsável por um regime autoritário e pelo
desaparecimento de diversas pessoas.
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A Hora do Lobo (Ingmar Bergman, 1968). Pintor
(Max von Sydon) e sua esposa (Liv Ullmann) vão morar em uma ilha
bastante afastada da sociedade. Lá, em meio a intensos conflitos
psicológicos, o casal conhece um misterioso grupo de pessoas que
passa a trazer angústias ainda maiores às suas vidas, levando-os a
relembrar fatos passados e questionar a própria lucidez.
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Nostalgia (Andrei Tarkovsky, 1983). Jornada
mística do poeta russo Andrei Gorchakov à Itália em busca de um
novo modo de vida. Depois de 3 meses, viajando em companhia de
Eugenia, uma atriz italiana, chegam a um pequeno vilarejo ao norte
da Itália. Frustrado e deprimido por ainda não ter encontrado seu
caminho, Gorchakov mergulha em seu passado, isolando-se em
impenetrável silêncio.
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O Sacrifício (Andrei Tarkovsky, 1986).
Alexander, um jornalista e ex-ator e filósofo, diz ao filho pequeno
como ele está preocupado com a falta de espiritualidade da
humanidade moderna. Na noite de seu aniversário, a terceira guerra
mundial irrompe. Em seu desespero Alexander transforma-se em uma
oração a Deus, oferecendo seu tudo para que a guerra não tenha
realmente acontecido.
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A Palavra (Carl Theodor Dreyer, 1955). Uma
família de fazendeiros, unida por fortes laços emocionais, passa
por momentos de tensões provocados por pequenas desavenças. Sua
rotina, após retorno de um dos filhos do patriarca, é modificada
pela sua aparente loucura, que tudo indica, deriva de um estudo
radical teosófico, que o fez acreditar ser Jesus Cristo. Nem todos
aceitam que Johannes Borgen seja demente e fanático. E essa
situação estará à prova, depois que um ente querido fica doente.
Adaptação da peça teatral de Kaj Munk, pastor e dramaturgo, muito
conhecido nos países escandinavos, que foi assassinado pelos
nazistas. A Palavra é considerado uma obra-prima dentre os filmes
que exploram o poder da fé, do amor e do sobrenatural. Isso se deve
a maneira "realista" e "naturalista" que enfoca o tema.
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Dead Man (Jim Jarmusch, 1995). Dead Man é a
história da viagem física e espiritual, de um jovem, num território
hostil e selvagem. William Blake (Johnny Depp) viaja para as mais
longínquas fronteiras do oeste americano, perdido, gravemente
ferido e, perseguido por pistoleiros, encontra um nativo americano
chamado "Ninguém", que acredita que Blake seja na realidade o poeta
inglês. Belíssimo road movie do oeste, com características
existencialistas e ritmo hipnótico, moldurado por paisagens
deslumbrantes e atemporal. Dead Man, tornou-se uma obra-prima por
re-inventar um gênero, que já tinha sido explorado a exaustão, um
western sensível, misterioso e filosófico.
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eXistenZ (David Cronenberg, 1999). Uma renomada
designer (Jennifer Jason Leigh) de jogos de realidade virtual,
criadora de um novo jogo interativo chamado eXistenZ, é vítima de
uma intensa perseguição por fanáticos religiosos que querem
assassiná-la. Em fuga, é forçada a se esconder com um guarda de
segurança novato (Jude Law), decidido a protegê-la. Porém, durante
a perseguição os dois experimentam um mundo onde os limites entre a
fantasia e a realidade não existem e nada é o que parece ser.
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Blow-Up - Depois Daquele Beijo (Michelangelo Antonioni,
1966). Inspirado no conto de Julio Cortázar "Las babas del
Diabo", a história é sobre um fotógrafo profissional, Thomas, cujas
ampliações de fotos que ele tirou secretamente de um casal revelam
(ou parecem revelar) um assassinato em progresso. Michelangelo
Antonioni (premiado em Cannes) faz um estudo influente e cheio de
estilo sobre a paranoia e a desorientação.
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Dersu Uzala (Akira Kurosawa, 1975). Drama
contemplativo realizado por Kurosawa quando exilado do Japão. A
Rússia financiou a história, passada no fim do século 19, que narra
a aventura de um explorador e cartógrafo russo na Sibéria, onde
pretende mapear toda a região. Para isso conta com ajuda de caçador
mongol. Oscar de melhor filme estrangeiro.
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Danton - O Processo da Revolução (Andrzej Wajda,
1983). Na primavera de 1794, Danton (Gérard Depardieu)
retorna a Paris e constata que o Comitê de Segurança, sob a
incitação de Robespierre (Wojciech Pszoniak), inicia várias
execuções em massa. O povo, que já passava fome, agora vive um medo
constante, pois qualquer coisa que desagrade o poder é considerado
um ato contrarrevolucionário. Nem mesmo Danton, um dos líderes da
Revolução Francesa, deixa de ser acusado. Os mesmos revolucionários
que promulgaram a Declaração de Direitos do Homem implantaram agora
um regime onde o terror impera. Confiando no apoio popular, Danton
entra em choque com Robespierre, seu antigo aliado, que detém o
poder. O resultado deste confronto é que Danton acaba sendo levado
a julgamento, onde a liberdade, a igualdade e a fraternidade foram
facilmente esquecidas.
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O Fantasma da Liberdade (Luis Buñuel, 1974).
Várias situações independentes se sucedem, num filme episódico,
sempre ligadas por um dos personagens. Mais uma parceria de Luis
Buñuel com o roteirista Jean-Claude Carrière. Trama surreal e
livre, uma sátira onírica e nonsense, na qual o diretor apela para
a total inversão de valores no ataque à religião, à pátria e à
família. O humor é erótico e violento.
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O Decameron (Pier Paolo Pasolini, 1971).
Baseado nos eternos clássicos de Boccaccio - e o primeiro filme da
Trilogia da Vida de Pasolini - Decameron é uma "irreverente
travessura" (Variety), "positivamente triunfante em sua malícia"
(Films and Filming)! Freiras devassas que realizam "milagres"
sexuais, uma esposa traiçoeira com habilidade para negócios, um
artista tuberculoso à beira da morte que tenta trapacear com o Céu,
jovens amantes apanhados com as calças na mão, um criado que perde
a cabeça por amor e um simplório fazendeiro que tenta transformar
sua esposa numa égua. Estas são apenas algumas das histórias que
Pasolini traz à vida com maestria!
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Lago de Fogo (Tony Kaye, 2007). O polêmico
documentário mostra os dois lados da questão do aborto.
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Além do bem e do mal (Liliana Cavani, 1977). O
título do filme é também da obra do filósofo alemão Friedrich
Nietzsche. Inspirado na história ocorrida entre Nietzsche, Paul Rée
e Lou Andreas-Salomé, em que eles tentam a construção de um
triângulo amoroso na Roma do século XIX. Em 1882, em um hotel na
Piazza della Minerva, Paul Rée deixa seu amigo Fritz (Friedrich
Nietzsche) entre prostitutas e ópio para ir a uma festa onde
conhece Lou Andreas-Salomé, uma jovem russo-judaica. O rapaz decide
se casar com ela para esquecer Fritz , mas Lou é uma mulher que
precisa de liberdade acima de tudo. Assim começa um triângulo
amoroso entre os três, o que desperta a indignação de Elisabeth,
irmã de Friedrich, e que é apaixonada por seu irmão. A
interpretação de algumas ideias de Nietzsche são transpostas
visualmente na tentativa de fazê-las compreensíveis e atraentes. A
ideia nietzschiana do mundo dionisíaco se mostra em diferentes
envolvimentos sexuais.
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O Guia Pervertido do Cinema (Sophie Fiennes,
2006). O filme conduz o espectador através de uma
estimulante viagem por alguns dos maiores filmes de sempre. O guia
e apresentador é Slavoj Zizek (lê-se Slavói Chichec), o carismático
filósofo e psicanalista esloveno. Na sua apaixonada abordagem ao
pensamento, vasculha a linguagem escondida do cinema, revelando o
que os filmes podem dizer-nos sobre nós próprios. Seja destrinçando
os enigmáticos filmes de David Lynch, ou deitando por terra tudo o
que se pensava saber sobre Hitchcock. O filme estrutura-se a partir
do próprio mundo dos filmes que discute; filmado em ambientes
originais ou em réplicas dos cenários, cria-se a ilusão que Zizek
fala a partir do interior dos próprios filmes. "The Birds" e
"Psycho", de Hitchcock são abordados por Zizek, considerando que
aquele realizador é, provavelmente, o mais freudiano de todos.
Prestem atenção à comparação que Zizek faz entre os três andares da
assustadora mansão de Norman Bates ("Psycho") e o conceito
freudiano de Id, Ego e Superego. O psicanalista esloveno expõe os
seus argumentos de forma tão natural e convincente e ao mesmo tempo
tão rápida, que a nossa mente começa a girar vertiginosamente. Está
estruturada em três partes: a primeira, está dedicada a Alfred
Hitchcock e Lynch, e é sobre a diferença entre a realidade e os
desejos; a segunda, é sobre a libido e a terceira é sobre a
eficiência das aparências, centrada principalmente na obra de
Tarkovsky e Chaplin.
Vale destacar que Zizek se despe do jargão acadêmico de
filósofo, embarcando num registro que lhe permite intercalar alguns
momentos em que expõe raciocínios conceitualmente apurados com
outros em que mostra toda a sua comicidade.
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