Em 2012, o YouTube lançou uma enorme iniciativa entre
departamentos com o codinome "InnerTube". Oobjetivo: unificar
o desenvolvimento de apps e fazer
o site sair da idade das trevas.
Como explica a Fast Company, o
YouTube tinha um grande problema há três anos. As pessoas estavam
assistindo a vídeos do YouTube em blogs, sites de notícias e mídias
sociais - exceto no YouTube.
Como resultado, 1 bilhão de telespectadores mensais do site só
traziam à empresa US$ 4 bilhões em receita, menos do que o Netflix
com apenas 50 milhões de assinantes. Quase dez anos depois, o site
ainda não dá lucro para o Google.
No cerne do problema estava a infraestrutura ultrapassada do
YouTube, que dificultava o trabalho de reter, analisar e exibir
anúncios para os usuários.
E à medida que plataformas se proliferavam fora do desktop -
smartphones, tablets, consoles etc. - o processo de desenvolvimento
dos apps para acessar o YouTube se tornou cada vez mais
fragmentado.
O software era inconsistente através de dezenas de plataformas,
dificultando à empresa lançar novos recursos. Além disso, o YouTube
não conseguia acompanhar o comportamento dos usuários em
smartphones e tablets.
Então veio o InnerTube: o projeto iria rever tudo no backend do
YouTube, desde sua plataforma de desenvolvimento até o aprendizado
de máquina por algoritmos, permitindo que os engenheiros e
designers mantivessem o ritmo em um mundo cada vez mais dominado
por dispositivos móveis, onde a iteração constante é
necessária.
O InnerTube acabou sendo uma revisão completa no processo de
desenvolvimento do YouTube. Uma nova API simplificada agora permite
que engenheiros façam pequenos ajustes ou grandes atualizações em
uma semana ou menos, através de diversas plataformas móveis do
site.
As mudanças podem agora ser facilmente desfeitas, também,
oferecendo aos desenvolvedores a liberdade de experimentar novos
recursos de uma forma que não era possível antes.
O projeto InnerTube também refez o algoritmo de recomendação do
YouTube usando o Google Brain, o sistema de inteligência artificial
usado para reconhecimento de voz no Android.
O YouTube agora alimenta o Google Brain com a atividade de
milhões de usuários, e pede ao sistema de aprendizagem que crie
conexões entre os vídeos que assistimos, para estudar quanto tempo
permanecemos engajados no site, e ver que tipo de conteúdo nós
preferimos.
Algoritmos de recomendação inteligentes são uma parte crítica
para manter uma base de usuários engajada - e garantir que o
YouTube continue a existir.
De acordo com a Fast Company, o projeto está compensando muito:
Todas as coisas que o InnerTube permitiu - iteração mais
rápida, melhor teste de usuário, análise de usuários móveis,
recomendações mais inteligentes e busca mais robusta - valeram
muito a pena. No início de 2015, o YouTube finalmente se tornou um
destino: em dispositivos móveis, 80% das sessões do YouTube
atualmente se originam dentro do próprio YouTube.
Mesmo no desktop, onde os usuários vêm assistindo vídeos
incorporados do YouTube em outros sites, 55% das visualizações
estão acontecendo no YouTube.com. No início de 2015, o YouTube diz
que está vendo um crescimento de 50% na audiência total a cada ano.
E a maioria dessas visualizações agora se origina dentro próprios
apps ou do site do YouTube.
Assim, parece que o YouTube conseguiu capturar a audiência que
desejava. Saiba mais detalhes sobre o InnerTube aqui: [Fast Company]
Fonte: GizModo.Uol.com.br