Cada vez mais companhias
necessitam de profissionais especializados em identificar os riscos
que pairam sobre suas atividades.
Somente uma em cada quatro
empresas tem indicadores de gestão de risco em suas
operações.
Entrar no carro e colocar
o cinto de segurança antes de ligar o motor é um hábito tão
automático no Brasil que ninguém imagina o que é dirigir sem essa
proteção. Até 1994, porém, o uso não era obrigatório e o país
ostentava números recordes de acidentes de trânsito no mundo. Desde
então, novas políticas de prevenção para gerenciar os riscos de
acidentes no trânsito têm sido implementadas. Maior fiscalização
para motoristas que ingerem bebidas alcoólicas, redução de
velocidade em vias urbanas e uso de capacete obrigatório para
motociclistas. Desta forma, o país logrou reduzir as mortes dos
motoristas.
Atenuar fatores que possam provocar
acidentes de percurso vale tanto para o trânsito como para as
empresas, que hoje já incluem a gestão de risco, inteligência e
contra-inteligência como uma expertise necessária para atingir os
resultados esperados. Muito nova no vocabulário das corporações
brasileiras, as equipes de gestão de risco e inteligência, bem como
suas funções, ainda têm sido apresentadas a muitas empresas
nacionais.
A produção de conhecimento como
base para informação, conceitos de contra-informação e noções de
segurança são alguns dos itens que são abordados na Gestão de
Riscos e continuidade dos negócios. A experiência na identificação,
análise, desenvolvimento de respostas e monitoramento, para
diminuir a probabilidade e o impacto dos riscos são uma exigência
para o profissional de segurança e para o Gestor de Riscos.
Cada vez mais, as ações de
inteligência requerem do profissional um senso crítico apurado,
para que de posse das informações obtidas ele possa saber
utilizá-las com critérios. Onde, não somente aprender como buscar,
mas também saber como manter em sigilo tais informações para que
sejam utilizadas no processo de uma administração de riscos
consciente é fundamental.
O acesso indevido a registros de
informações sensíveis - aquelas que, pela importância e necessidade
de proteção, exigem medidas especiais de segurança - sempre foram
grande fonte de atenção dos Governos e das Instituições, tendo sido
suas técnicas de obtenção, por um lado, e neutralização, por outro,
compiladas, organizadas e transformadas, respectivamente, nas
Atividades de Inteligência e de Contra-Inteligência. É notório que
uma medida preventiva adequada pode neutralizar o ato de infração
antes que ele venha a ocorrer. Assim, a informação é o objetivo
final da ação de inteligência que deve antecipar os fatos.
As atividades de Gestão de Riscos,
Inteligência e de Contra-Inteligência estão presentes em todas as
grandes decisões nacionais, seja proporcionando Segurança ao Estado
ou fornecendo Competitividade às Empresas. Do ponto de vista
histórico, as atividades de inteligência e de contra-inteligência
sempre foram de uso restrito aos ambientes militares, tendo sido
decisivas em todos os grandes conflitos mundiais. Recentemente seus
conceitos e métodos vêm sendo empregados por diversas Organizações,
motivadas que estão com o acirramento da concorrência, vazamento ou
fuga de informações e defesa de seu patrimônio, seja tangível,
físico, eletrônico ou composto por valores intangíveis tais como o
capital intelectual ou a credibilidade junto a opinião pública, por
exemplo. Sua atual utilização como elemento-chave na gestão de
riscos nos negócios, assim, representa uma séria ameaça a
governança corporativa, sendo observados continuamente casos de
fraudes internas, concorrência desleal e furto de informações, e
até o seu uso, com regularidade, pelo Crime Organizado.
Ambas as disciplinas, todas
convergentes para o mesmo foco, dependem da conscientização de
todos os envolvidos com a Gestão, seja nos procedimentos definidos
para proteção de áreas e instalações, na proteção de documentos e
materiais, na segurança das pessoas, dos processos e em tecnologias
confiáveis, especialmente sistemas de comunicação e informações,
eletrônicos ou não. Assim, torna-se necessário delinear, na Gestão
Corporativa, uma assessoria específica, ligada ao seu mais alto
escalão, cuja missão seja desenvolver uma cultura de Produção,
Aquisição e Proteção do Conhecimento Estratégico, visando garantir,
primordialmente, Controle de Ativos e Recursos de Informação,
Imagem de Mercado e Conformidade Legal ("Compliance").
Toda corporação vai ter riscos em
todas as suas áreas - planejamento, controle,
finanças, tecnologia, recursos humanos, etc. Por isso, os
profissionais do setor têm de olhar esses riscos de forma
holística, trabalhando com cada departamento, para que eles sejam
mínimos.
O advogado Gustavo Lemos Fernandes,
do escritório Emerenciano, Baggio e Associados, explica que
esse gestor precisa conhecer a empresa como um todo e ter um plano
de gerenciamento de risco, que deve ser elaborado ao lado de todas
as equipes. Fernandes afirma que esse profissional deve trabalhar
ao lado de outras duas equipes dentro das corporações: as de
compliance e as de crise. "São três figuras que têm de caminhar
muito perto e de forma harmônica", diz. Alerta também para a
conveniência de se ter uma equipe, não um único profissional.
A cultura de se ter uma equipe
atuando na empresa de olho nos riscos dos negócios vem crescendo
nos últimos anos, não por coincidência, quando a crise econômica
recrudesceu e as companhias tiveram de olhar para dentro.
Levantamento da Marsh de 2016 com 330 empresas mostraram que
só uma em cada quatro tem indicadores de gestão de risco em
suas operações. Somente 31% das companhias têm uma implementação
total da gestão de risco. Quase metade (49%) têm lideranças para
gerenciamento de risco. 52% têm apenas um manual e 55% elaboraram
um mapa estratégico. De todo o modo, experts da área
reconhecem que há um aumento expressivo de profissionais. "Muito
mais companhias têm feito questão dessas pessoas em seus quadros",
diz Ricardo Basaglia, diretor executivo da Michael Page. O
executivo da empresa de recrutamento e seleção explica que a
independência do gestor de riscos está diretamente ligada a quem
ele se reporta. "Se é para o presidente ou o conselho
administrativo, ele tem mais liberdade de ação", diz Basaglia.
E o que um gestor de riscos precisa
ter? Segundo os consultores, ele deve ser experiente e versátil,
para conseguir trabalhar com experts de todas as áreas. "A
certificação profissional, que existe, é importante, mas não é o
fundamental", afirma. Besaglia diz que não precisa ter uma formação
específica, mas precisa ser analítico e ter uma boa visão de
negócios, para não correr riscos de engessar a companhia. O
executivo da Michael Page afirma que, em grandes empresas, um
profissional ganha entre 8.000 e 10.000 reais. Mas eles podem
chegar a salários de 30.000 a 35.000 - aqueles que se reportam aos
presidentes. "É um mercado em desenvolvimento, com poucos
profissionais com desenvoltura na área", afirmam. Acrescentam: "Não
somos um freio, somos como um cinto de segurança, para que a
companhia atinja seus objetivos na velocidade certa."
Veja também:
Curso de Contrainteligência com ênfase em Segurança
Orgânica->http://bit.ly/2okDLGF
Curso GRC - Governança, Gestão de Riscos e
Conformidade->http://bit.ly/2cYTaLv
Implementando Segurança da Informação - Passo-a-Passo->http://bit.ly/238r2Ex
Penetration Test ou Teste de Penetração - Saiba porque isto é
importante->http://bit.ly/1VZHx4l
Governança em Segurança da Informação->http://bit.ly/22WLoEF
Plano de Continuidade de Negócios, você precisa de um!-> http://bit.ly/1VhrSN7
Estudo Mostra que Funcionários Roubam Dados Corporativos->http://bit.ly/1N21NuA
O que as pequenas empresas precisam saber sobre a segurança da
informação->http://bit.ly/1oqq8Ee
Contra Inteligência, Gestão de Riscos e continuidade de
Negócios->http://linkd.in/1Ms6mkx
Fontes:
FERMA,
IFRIMA, RMA, El País.