A inovação é inegavelmente o fator mais importante quando se busca
determinar a evolução dos países, organizações e até para os
indivíduos.
O conceito de inovação é conhecido desde Adam Smith no século
XVIII, que estudava a relação entre acumulação de capital e a
tecnologia de manufatura, estudando conceitos relacionados à
mudança tecnológica, divisão do trabalho e competição.
Somente a partir do trabalho de Joseph Schumpeter estabeleceu-se
uma relação entre inovação e desenvolvimento econômico (Teoria do
Desenvolvimento Econômico, 1934). Ele é mais famoso por sua teoria
da "destruição criativa" - que sustenta que o sistema capitalista
progride por revolucionar constantemente sua estrutura econômica:
novas firmas, novas tecnologias e novos produtos substituem
constantemente os antigos. De forma simplificada, o termo inovação
"schumpeteriana" é utilizado para definir inovações que destróem, o
modo como se fazia determinada atividade. Assim, a busca pelo
aumento da criatividade ganha cada vez mais espaço nas empresas e
nos governos, dado que a não basta somente investir em tecnologia
se não ha incentivo 'a criatividade na sua utilização, por
exemplo.
O estudo, elaborado pela Federação do Comércio de São Paulo
(Fecomércio-SP), mostrou que as cidades que possuem os melhores
índices sociais e econômicos são as que têm bom desempenho em
atrair atividades criativas.
A Federação do Comércio de São Paulo (Fecomércio-SP) elaborou
pesquisa para avaliar o Índice de Criatividade das Cidades. A
instituição buscou, por meio do estudo, apresentar informações
sobre criatividade e inovações nas cidades para elevar o índice de
competitividade nas regiões e municípios avaliados. Foram
analisados dados dos 27 Estados e das 50 maiores cidades do País. A
pesquisa considerou, entre outros aspectos, o número de empregados
nos setores criativos, as condições econômicas e sociais e o
indicador de criatividade.
Segundo Eva Yamila Amanda da Silva Catela em estudo para a
PDE/BNDES/ANPEC 2012 procura mostrar que há uma relação direta
entre o potencial criativo e a evolução econônica das cidades. O
grande desafio em primeiro lugar foi construir um índice do
potencial criativo das cidades brasileiras com mais de 100.000
habitantes, considerando quatro dimensões que contribuem para a
construção deste potencial numa cidade: capital humano, ambiente
urbano, capital social e estrutura produtiva. Em segundo
lugar, avaliar em que medida a presença deste potencial influencia
o nível de renda das cidades, levando em consideração que as
especificidades das cidades brasileiras, caracterizadas pela ampla
heterogeneidade, exigem a utilização de métodos que a
considerem.
Ainda segundo a autora, são as seguintes as dimensões do potencial
criativo:
Capital humano: as competências e conhecimento
das pessoas, assim como a diversidade e criatividade dos
trabalhadores são determinantes para o sucesso e crescimento de uma
cidade (HALL, 2000; FLORIDA, 2005; SCOTT, 2006). A classe criativa
inclui trabalhadores da ciência e tecnologia, arquitetura e design,
educação, arte, música e entretenimento, cuja função principal é
criar novas idéias, novas tecnologias ou novos conteúdos.
Ambiente urbano: refere-se às características do
território e localização geográfica, determinantes da emergência da
cidade criativa. Dentro deste eixo, consideram-se variáveis como os
serviços urbanos, bens públicos, aglomerações produtivas,
internacionalização da cidade, proximidade de cidades grandes ou de
importância global (HALL, 2000; SCOTT, 2006; 2010).
Capital Social: reconhece-se a importância da
diversidade e dinamismo populacional, dado que uma comunidade
diversa e em constante movimento favorece as atividades culturais e
a própria criatividade. Incluem-se a existência de diversidade
cultural e individual e a tolerância como fatores fundamentais
(STERN e SEIFERT, 2008).
Estrutura econômica-produtiva: esta dimensão tem
relação direta com as outras dimensões e em certa forma, vai ser
resultado delas. Neste caso, importa o grau de diversificação e
especialização da estrutura produtiva da cidade (HOSPERS, 2003), a
presença de tecnologia e inovação e a existência de clusters
criativos (PRATT, 2009)
Portanto ser criativo tem mais a ver com do que simplesmente um
estado mental, se cercar de pessoas e coisas interessantes e se
livrar dos pré-conceitos, do que com um sua genética.
Você sabia, por exemplo, que pessoas que moram em cidades grandes
são mais criativas, e que, pessoas que conhecem outros países são
ainda mais? E que empreendedores com amizades mais variadas são
cerca de 3 vezes mais inovadores do que os outros?
Estudos americanos indicaram como melhorar a criatividade.
Alguns deles parecem meio óbvios e até malucos, mas acredite,
funcionam.
1. Tudo azul
Quem já leu sobre a psicologia das cores irá entender. O azul
ajuda a relaxar e melhorar o pensamento associativo. Ao contrário
de cores quentes, que deixam as pessoas mais alertas e ligadas. Um
estudo feito em 2009 mostrou que pessoas que estavam em uma sala de
fundo azul resolveram mais quebra-cabeças do que aqueles que
estavam em uma sala de fundo vermelho.
2. Fique mais lerdo
Este estudo publicado em 2012 mostrou que pessoas em baixo estado
de atenção (leia-se: grogue, sonolento, lerdo) se saíram muito
melhores em puzzles criativos (não de lógica), aumentando a chance
de sucesso em até 50%.
3. Sonhe acordado
Segundo um estudo da Universidade da Califórnia, pessoas que
sonham acordado (daydream, expressão em inglês - aquelas que
parecem ficar olhando para o nada), obtiveram pontuação mais alta
em vários testes de criatividade.
4. Pense como uma criança
Quando pesquisadores pediram para as pessoas se imaginarem com 7
anos de idade, elas pontuaram consideravelmente mais em testes de
pensamentos divergentes - uma espécie de "pensar diferente" e criar
novas utilidades para coisas já existentes.
A presunção, resultado da experiência que adquirimos, é um veneno
para a criatividade. Jonah Lehrer, autor do livro "Imagine",
coloca em belas palavras: "a chave da criatividade é a habilidade
de atacar os problemas como um iniciante e deixar todas as
pré-concepções e medo do fracasso de lado".
5. Ria alto
Ria de verdade! Mark Beeman e John Kounios identificaram a área do
cérebro relacionada aos insights - o famoso estalo, aquela
lampadinha na cabeça. Ela se chama, em inglês, superior anterior
temporal gyrus (aSTP). Vários fatores influenciam um insight, um
deles é rir. O estudo mostrou que pessoas que assistiram um show de
stand-up comedy aumentaram a chance de sucesso em 20% ao resolver
puzzles criativos.
6. Imagine que veio de longe
Uma pesquisa conduzida pela Universidade de Indiana mostrou que as
pessoas resolviam mais problemas quando eram ditas que tais
problemas foram criados na Grécia ou na Califórnia em vez do
laboratório local.
7. Seja vago
Não seja específico, não use palavras que possam limitar o
pensamento da equipe. Por exemplo, em vez de usar o verbo
"dirigindo" use "deslocando". Parece banal, mas o resultado poderá
ser substancial.
8. Trabalhe fora da caixa
Muita gente trabalha no famoso cubículo, seja ele um quadrado
estilo Dilbert - mais comum nos Estados Unidos -, ou mais
aberto. Um estudo recente fez pessoas se saírem melhores ao pensar
fora do seu espaço. Talvez o trabalhar fora da caixa ajudou a
pensar fora da caixa.
9. Conheça o mundo
Um estudo de Adam Galinsky mostrou que estudantes que moraram fora
do seu país natal resolveram mais facilmente um clássico
quebra-cabeça criativo.
10. Mude-se para uma cidade grande
Físicos do instituto de Santa Fé (Novo México) descobriram que
inventores que se mudaram para uma cidade com o dobro de tamanho
produziram, em média, 15% mais patentes.
11. Tome uns drinks (com moderação....)
Na Universidade de Illinois em Chicago, eles testaram estudantes
sóbrios que haviam ingerido certo teor de bebida alcoólica. O que
eles descobriram foi algo curioso… Os que haviam bebido resolveram
quase 30% problemas de associação remota de palavras do que os
sóbrios. A explicação? Eles estavam mais relaxados e prestando
menos atenção, o que nesse tipo de problema, os ajudou.
Fontes:
http://www.sebrae.com.br/uf/sergipe/areas-de-atuacao/economia-criativa/negocios-em-economia-criativa/indice-de-criatividade-das-cidades/BIA_20962
http://www.smi2012.ibge.gov.br/SiteAssets/SitePages/listaApresentacoesOrais/25%C3%8Dndice%20de%20Potencial%20Criativo%20dos%20munic%C3%ADpios%20brasileiros-EvaCatela.pdf
The Wall Street Journal, adaptação do livro "Imagine - How
Creativity Works", de Jonah Lehrer.